Exposição traz processos de transformação do CAPS

Exposição traz processos de transformação do CAPS

O CAPS Holambra apresenta na próxima terça-feira, 3 de dezembro, das 14h às 16h30, a exposição “Recicla-me – A Arte Compartilhada”. O evento, aberto ao público, será realizado na sede do CAPS, localizada na Rua das Camélias, 298. A exposição reúne mais de 50 obras produzidas por pacientes durante oficinas de Arteterapia coordenadas por Katia Hardt, realizadas ao longo dos últimos meses.

A mostra nasce de uma metáfora que deu origem ao projeto: assim como materiais podem ser reciclados e ganhar novos usos, pessoas também podem ressignificar experiências, sentimentos e histórias quando acolhidas em um processo terapêutico sensível. Nas oficinas, os participantes exploraram a autovalorização e a reorganização do universo interno.

Os trabalhos são resultado da livre expressão simbólica, sem preocupação com técnica ou estética. A arte surgiu como linguagem espontânea, permitindo que cores, gestos e formas se tornassem caminhos de acesso a sentimentos e memórias. A etapa final, chamada Arte Compartilhada, levou os participantes a exporem, interagirem e até intervirem nos trabalhos uns dos outros.

A arteterapeuta Katia Hardt explica que a exposição celebra esse processo. “O objetivo da exposição é apresentar o processo de autovalorização, resgate criativo e transformação pessoal vivido pelos pacientes do CAPS durante as oficinas de Arteterapia. A mostra busca sensibilizar o público sobre o poder da expressão artística na saúde mental, valorizando cada participante como autor da própria reconstrução interna.”

Katia detalha como a exposição foi elaborada. “A exposição foi construída a partir das oficinas de Arteterapia realizadas nos últimos meses, nas quais os pacientes utilizaram dos recursos da pintura, do desenho, do recorte e da colagem e diversos materiais, muito deles recicláveis e reutilizáveis, para expressar pensamentos, sentimentos e emoções. Esses trabalhos foram transformados em mais de 50 quadros emoldurados com materiais reciclados, refletindo o processo de reciclar-se internamente enquanto reciclam os próprios materiais.”

Segundo ela, o público encontrará uma mostra cheia de significados. “O público encontrará uma coleção sensível e expressiva de obras produzidas pelos pacientes. Cada peça revela um olhar sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre o próprio processo de autocura. Além das obras, o público poderá perceber o valor da arte como caminho de cuidado, autodescoberta e reconstrução.”

Para Katia, ações como essa reforçam o impacto da arte na saúde mental. “Atividades como essa são importantes porque fortalecem a autoestima, estimulam a criatividade, facilitam a expressão de emoções e promovem a saúde mental. Através da arte, os pacientes encontram um espaço seguro para explorar sentimentos, reorganizar pensamentos e desenvolver novos sentidos para suas histórias. E exposições como essa também aproximam a comunidade da realidade da saúde mental, gerando acolhimento, reconhecimento e inclusão.”