Presentear com animais no Natal: um gesto que pode terminar em abandono

Presentear com animais no Natal: um gesto que pode terminar em abandono

Todos os anos, após o Natal, ONGs e protetores recebem inúmeras denúncias e pedidos de resgate de animais que foram dados como ‘presente’ e, poucos dias depois, acabam abandonados, devolvidos ou colocados novamente em situação de vulnerabilidade, por falta de planejamento da família.

Adotar ou presentear um animal sem planejamento pode gerar sofrimento. Nem sempre a família deseja ou consegue assumir os custos, a rotina de cuidados, as viagens e as responsabilidades que um pet exige ao longo da vida. O que parece um gesto de carinho pode se transformar em um compromisso para o qual a pessoa não estava preparada. Antes de incluir um cão ou gato na família, é essencial refletir:

1) Todos da casa concordam? Avalie rotina, alergias, medos, resistência de moradores e compatibilidade com o estilo de vida familiar.

2) Há tempo, espaço e compromisso contínuo? Avalie quem ficará responsável pelas rotinas de alimentação, limpeza, passeios, brincadeiras e segurança (local protegido contra fugas, acesso a piscinas, telas de proteção para gatos). Animais vivem, em média, de 10 a 18 anos.

3) Os custos foram considerados? Além da ração, há despesas com vacinas, castração, consultas, emergências e manutenção do ambiente.

4) Você conhece a espécie e o perfil do animal?

Filhotes: não possuem tamanho definido, precisam aprender com paciência aonde podem fazer suas necessidades pela casa, podem sentir falta da mãe/irmãos chorando quando estão sozinhos, mordem por instinto para explorar o mundo, aliviar o desconforto da dentição (troca de dentes), brincar, gastar energia, chamar atenção, ou por tédio/ansiedade, sendo um comportamento normal de desenvolvimento e que exige redirecionamento com brinquedos e ensinamento de limites para não se tornar um hábito indesejado.

Adultos: já tem uma personalidade e um porte definidos, o que oferece maior previsibilidade e geralmente demanda menos tempo com ensinamentos básicos, mas ainda precisam de tempo para se sentirem seguros. É uma experiência diferente para você e para ele. Estabeleça uma rotina estável com horários fixos para alimentação e passeios. Ofereça um espaço seguro e tranquilo para ele se acostumar gradualmente.

(Imagem gerada com IA)

5) Existe rede de apoio para viagens e ausências para cuidar diariamente do pet?

6) Moradia e convivência: Mesmo não sendo permitida a proibição de animais, é importante conhecer as regras de convivência do condomínio ou do imóvel alugado, garantindo segurança, respeito aos vizinhos e bem-estar do animal.

7) A família vive um momento estável? Animais sentem abandono, conflitos e mudanças bruscas. Se a família está passando por conflitos sérios, instabilidades constantes ou rotina imprevisível, talvez seja melhor adiar a adoção.

8) Há disposição para educar e orientar? Nenhum animal nasce “pronto”. Educação, rotina, paciência e amor são essenciais.

9) A adoção é para todas as fases da vida, não só para datas comemorativas. Animais não são presentes emocionais nem lembranças de Natal.

10) O animal cabe no seu futuro? Mudanças de cidade, trabalho, relacionamentos e chegada de filhos devem ser considerados.

Flagrante de crime (maus-tratos, abandono) ou atropelamento, acione a polícia (190) ou Guarda Municipal: (19) 3802-1722 e em locais como rodovias, a Concessionária da Rodovia. Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (DEPA) em SP: https://www.webdenuncia.sp.gov.br/depa

Deseja adotar com Amor e Responsabilidade? Procure em Holambra:
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(Por: Lílian Paulino é voluntária em ações de bem-estar animal. Seu trabalho integra visão sistêmica focada em Desenvolvimento Humano, Gestão de Projetos e Cidades Inteligentes. Instagram: @souprojetos)