Celebrar o aniversário de Holambra é também celebrar as histórias de quem ajuda a construir a identidade da cidade. É o caso de Rodrigo van Kampen, holambrense que trilhou uma carreira de sucesso na comunicação, passando pelo jornalismo, assessoria e marketing, e que hoje dedica sua energia a um novo propósito: um projeto artesanal que resgata o prazer de criar com as mãos e de reunir pessoas em torno da arte e da convivência.
Embora tenha começado no jornalismo, Rodrigo conta que sua trajetória o levou rapidamente aos bastidores da comunicação. “Não cheguei a fazer carreira como jornalista, porque logo fui para a assessoria de imprensa e, depois, para o marketing. Mas trabalhar por trás das câmeras te dá uma visão muito interessante de como as coisas realmente acontecem, desde as negociações iniciais até os grandes lançamentos”, relembra.

A vontade de mudar de área veio acompanhada de uma transformação pessoal. “Sempre gostei de produzir, de criar, de trabalhar com as mãos, sempre foi um hobby. Mas chegou um ponto em que eu não via mais sentido em um trabalho extrativista, cujo propósito é sempre vender mais, e mais, e mais. Foi a busca por um caminho mais sustentável que me levou a transformar esse hobby em profissão”, explica.
E foi em Holambra, cidade onde cresceu, que essa nova fase ganhou forma. “Fui criado aqui desde pequeno. Meu avô era daqui, meu pai também. Depois de muitos anos em cidades maiores, como São Paulo e Campinas, decidimos voltar quando as crianças ainda eram pequenas. Era o momento de resgatar esse vínculo com as origens”, conta.
Para Rodrigo, viver e criar em Holambra é também um ato de inspiração. “Holambra tem algumas peculiaridades que a tornam única, como, por exemplo ‘vamos fazer uma gincana que passa por metade da cidade fazendo provas malucas, porque isso é divertido’, e é algo que é abraçado pela comunidade. Isso e o fato de ser uma cidade pequena, com uma boa qualidade de vida”, afirma.
O projeto de Rodrigo, o Espaço Kabouter, nasceu desse espírito holambrense de colaboração. O projeto oferece oficinas, vivências e cursos que estimulam o fazer artesanal, o convívio e a criatividade. “Vivemos um tempo em que o trabalho acontece cada vez mais nas telas. Mas acredito que estamos em uma virada, as pessoas estão começando a sentir falta de usar o corpo todo, de criar, de estar juntas. Uma aula de marcenaria é um retorno às raízes; uma de tecido aéreo já traz algo de novo. Ambas têm em comum essa ideia de corpo presente e de experiência compartilhada”, define.
Com a sensibilidade de quem entende o valor das conexões humanas, Rodrigo deixa uma mensagem a quem sonha em mudar de caminho: “Esse movimento precisa vir de dentro para fora. É natural sentir desconforto em sair do caminho trilhado, mas o mais importante é encontrar os outros, pessoas com uma visão de mundo parecida. Ninguém faz nada sozinho. São as conexões que tornam o sonho possível.”





